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Qual é o Impacto dos Feriados na Economia Brasileira?

Você já parou para pensar sobre qual é o impacto dos feriados na economia brasileira? Especialmente em um países como o Brasil, caracterizado pela grande quantidade de feriados nacionais, é importante que reflitamos sobre o assunto.

O Presidente Lula falou recentemente que o ano de 2023 teve muito feriado prolongado, mas que em 2024 todos os feriados móveis vão cair no sábado e o PIB poderia crescer um pouco mais porque as pessoas vão ficar mais a serviço do trabalho.

Mas será que essa fala do Presidente Lula tem sentido economicamente falando? Como os feriados impactam a economia? Essas são algumas questões que analisaremos neste texto.

  • Feriados no Brasil
  • A relação entre os feriados e a economia
  • O impacto dos feriados no setor do comércio
  • Mecanismos para os prejuízos ao setor varejista nos feriados
  • O impacto dos feriados nos diferentes segmentos

Feriados no Brasil

O Brasil possui 10 feriados nacionais, sendo 9 móveis, ou seja, que podem cair em diferentes dias da semana a depender do calendário. O único feriado nacional com dia fixo na semana é a Sexta-Feira da Paixão. 

Até 2023, o país contava com 9 feriados nacionais. Entretanto, a Lei 14.759 do Senado Federal estabeleceu mais um feriado que passa a valer já em 2024: o Dia da Consciência Negra (20 de novembro).

Além disso, em 2023, 8 feriados caíram entre segunda e sexta-feira. Por outro lado, em 2024 o cenário será diferente. Apenas 5 dos 9 feriados móveis cairão entre segunda e sexta-feira.

Os feriados do Dia da Independência, o de Nossa Senhora Aparecida e Finados serão em um sábado.

A relação entre os feriados e a economia

Os feriados têm um impacto diferente na economia a depender do setor que analisamos. O setor de turismo, por exemplo, é um dos segmentos da economia que se beneficia com os feriados, principalmente os feriados em dia de semana e dos “feriadões”.

No geral, as pessoas buscam utilizar o tempo livre nos feriados para o lazer. Portanto, a busca por viagens e atividades de lazer tendem a aumentar com os feriados. Por outro lado, um setor que sente um impacto negativo por causa dos feriados é o setor do comércio.

O impacto dos feriados no setor do comércio

A Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou uma pesquisa sobre os impactos dos feriados na economia em 2023 e qual seria a estimativa para 2024.

Com o número grande de feriados prolongados ou em dia de semana no ano de 2023, o setor varejista sofreu um prejuízo de R$ 28,99 bilhões. Para 2024, a estimativa da CNC é que esse prejuízo ao setor varejista seja 4% menor, ou seja, um prejuízo estimado em R$ 27,92 bilhões.

Em média, em 2023, cada feriado nacional resultou em um prejuízo de R$ 3,22 bilhões ao varejo. Na série histórica, 2023 foi o ano em que os prejuízos foram mais acentuados, perdendo apenas para o ano de 2021 (que vale salientar o contexto da pandemia).

Gráfico em barras azuis e linha laranja, sobre o impacto dos feriados na economia, representando o prejuízo anual do comércio com feriados nacionais no Brasil a preços de 2024, em bilhões de reais. O eixo horizontal mostra os anos de 2007 a 2024, e o eixo vertical indica o montante do prejuízo. As barras indicam a quantidade de feriados em dias comerciais, e a linha laranja mostra as perdas do varejo. Observa-se um aumento geral nas perdas ao longo dos anos, com uma projeção de diminuição para 2024.

Fonte: CNC.

Diante disso, a fala do presidente Lula tem sentido econômico, uma vez que os números mostram isso. Mas qual é o mecanismo por trás desses prejuízos causados pelos feriados? Será que apenas a busca das pessoas por lazer nos feriados é a causa principal para os prejuízos? Vamos discutir essas questões um pouco mais a seguir.

Mecanismos para os prejuízos ao setor varejista nos feriados

De forma geral, os custos operacionais médios para as empresas nos feriados que caem em dia de semana são mais elevados. Por outro lado, o movimento e as vendas no setor varejista tendem a ser menores. Nesse sentido, ramos de atividades que apresentam uma relação folha de pagamento/faturamento maior, tendem a ser mais prejudicadas.

Adicionalmente, a Portaria 3.665/2023 do Ministério do Trabalho e Emprego, que passa a valer a partir de 1º de março de 2024, diz que o trabalho nos feriados deverá ser autorizado com base em negociações coletivas, o que pode prejudicar a abertura dos estabelecimentos, afirma a CNC.

Portanto, com um custo médio mais elevado e uma menor movimentação e, consequentemente, menor faturamento em dias de feriados, há uma combinação perfeita para o prejuízo.

A CNC aponta ainda que cada feriado tem um impacto negativo médio de 1,29% na rentabilidade do setor comercial.

O impacto dos feriados nos diferentes segmentos 

Conforme foi dito anteriormente, os segmentos do comércio varejista que apresentam uma maior relação folha/faturamento tendem a sofrer mais. Como exemplo desses segmentos, temos o de hiper e supermercado que apresentarão um prejuízo estimado de R$ 6,38 bilhões.

Você pode ainda tomar outro segmento que pode ser utilizado como exemplo: o automotivo (R$ 6,34 bilhões). Esses setores citados corresponderão a 40% do prejuízo estimado para o ano de 2024.

Gráfico de pizza colorido, sobre o impacto dos feriados na economia, mostrando o impacto negativo estimado no comércio varejista brasileiro por segmentos em 2024, com valores em bilhões de reais. Hiper e supermercados lideram as perdas com 6,38 bilhões, seguidos de perto pelo comércio automotivo com 6,34 bilhões. Outras categorias incluem utilidades domésticas e eletrônicos, móveis e eletrodomésticos, farmácias e perfumarias, combustíveis e lubrificantes, vestuário, e demais segmentos.

A CNC estima ainda que os feriados nacionais impactam o PIB negativamente em R$ 12,68 bilhões (~ 0,12% do PIB anualizado), considerando todas as atividades econômicas.

E você, acha que de fato há impacto dos feriados na economia ou o no seu setor específico?

Caso queira ler outros textos como esse em nosso blog, basta clicar aqui.

Texto escrito por Vitor Nayron Moreira de Araújo Marques, aluno do curso de Mestrado em Economia Aplicada da UFPB.

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